Semana intensa, reunião com as famílias, assisti um pouco do começo, a provocação poética do Manoel de Barros: que objetos eu inventaria?
Um teletransporter para ir a muitos lugares rápido, um alargador de tempo para poder fazer as coisas no meu ritmo, que quando posso, julgo ser devagar e um replicador de mim mesma, para ter uma com as crianças, outra participando da reunião e outra fazendo arte ou trilha em algum lugar.
Tanta coisa acontece…
No fim de semana o T, 10 anos, andou algumas vezes de ônibus com seus pais, parece que foi um grande evento, pois na segunda-feira, durante a roda, junto com o professor Rodrigo, ele contou vários detalhes desse passeio e os amigos iam participando contando se já andaram ou não e onde moram. T. é esperto, conta fatos, fala daquilo que o impactou, tenta fugir de mim em alguns momentos, mas me parece que já percebeu que eu não vou ceder enquanto não fizer suas atividades. As segundas são mais difíceis, os arranhões que eu ganho ainda parecem inevitáveis.
Enquanto o T. conta suas experiências L. e M.B. chamam o P. para um carinho de mãos. Ele fica um pouco com elas e logo vai para sua cadeira. Ele já participa muito das propostas, se envolveu na decoração do espaço pendurando as serpentinas com os colegas.
Nosso espaço está com um visual novo do lado de fora, o Rodrigo busca constantemente envolver as crianças ao que está acontecendo. Eles ficam impressionados ao pensarem/perceberem que todo o cimento pesado, duro, bruto, foi quebrado e removido. Que galera forte, que escola ousada que sutilmente mostra e imprime nas vivências das crianças que debaixo do cimento há terra e a possibilidade de vida e regeneração.
Isso me lembra os rebeldes, “plantar seu alimento é como imprimir seu próprio dinheiro” e o capitalismo detesta isso.
Que possamos ser cada vez mais seres regenerantes.
Essa palavra anda bem forte para mim, REGENERAÇÃO.
Que eu busque cada vez mais a regeneração, da natureza, dos seres, das mentes, dos meus antepassados e presentes.
Margarete – Professora do Infantil
